A ilha de Santo Antão já está a investir na produção de uvas. Depois da cana-de-açúcar, café, legumes e tubérculos, e outras frutas, a ideia de cultivar a videira é do delegado do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR) na Ribeira Grande, que afirma que esta é uma alternativa à cana-de-açúcar que está em fim de ciclo.

O cultivo da videira foi proibido em Santo Antão nos anos 1700, ainda no tempo da Monarquia, por D. Maria II de Portugal, que encrava tal prática como uma eventual concorrência aos vinhos do Douro. Desde então, a ilha das montanhas tem tido vários ciclos de culturas, desde banana, café, mandioca, cana-de-açúcar. Mas nunca de uvas.
Osvaldo Maurício nota, entretanto, que o ciclo da produção da cana-de-açúcar chegou ao fim, pelo que, diz, há necessidade de apostar em plantas alternativas, o que poderá passar pela produção videira. E se cedo pensou, mais rápido agiu. Aquele responsável dá conta que já foi a Portugal e trouxe algumas videiras que juntou com outras variedades já existentes no Centro de Afonso Martinho.
A ideia já está a ser socializada entre agricultores da ilha de Santo Antão, que inclusive já encomendaram algumas plantas para as suas propriedades. Entretanto, Maurício considera que ainda há muito trabalho a fazer, sobretudo, para convencer outros agricultores a substituir a cana pela videira. Também pretende saber se as zonas de sequeiro de Corda, Cova e Cabo de Ribeira têm humidade suficiente para este tipo de cultivo.
Numa primeira fase, avança o delegado da MDR, a aposta será na produção de uva de mesa, o bastante para a auto-suficiência da ilha. E se houver excedentes, o responsável aponta a possibilidade de se avançar para a sua transformação em vinho.
Maurício garante que as zonas de norte/nordeste são as mais férteis e propiciam o crescimento da videira. E para mostrar que esta “ideia inovadora” já está a ganhar adeptos na ilha das Montanhas, recorda que alguns agricultores e empresários da área comercial fizeram parte da comitiva que esteve em Portugal na feira agrícola de Santarém.
“Foi interessante ver os procedimentos e a experiência associativa em algumas localidades no que toca à produção de videira. Estamos esperançosos que a agricultura na ilha terá a vida facilitada com a abertura dos centros de tratamento do Porto Novo e de formação de Afonso Martinho”, perspectiva o delegado, que conta com uma preciosa ajuda da Associação de Desenvolvimento Integrado das Zonas de Ribatejo (ADIRM).
FONTE: ASEMANA - http://www.asemana.publ.cv
02
Julho 2013
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