SÃO VICENTE: UM MERGULHO “SEM GARRAFA” NA CRISE...
Temos estado a analisar o evoluir da
conjuntura internacional e, seu impacto na estrutura socioeconómica destas
ilhas. E, a constatação que nos impõe certo respeito é a seguinte: “estamos num beco sem saída”
Segundo
o Inquérito de Conjuntura do INE: “A conjuntura económica de Cabo Verde é
desfavorável”... Registando
no 1º trimestre de 2013 o indicador de clima manteve a
tendência descendente dos últimos trimestres, ou seja, o ritmo de crescimento económico
continua a abrandar, tendo o indicador registado o valor mais baixo dos últimos
trinta e dois (32) trimestres consecutivos e situando abaixo da média. ”
E, quem vai sofrer com esse fantasma
- SÃO VICENTE -
como sempre. Essa TERRA DAS LAMENTAÇÕES E DO DESEMPREGO, vai ver novamente frustrados os
anseios de "quebrar a regra".
Num contexto internacional
paternalista de crise, como o de Portugal, nos leva
automaticamente a antever o que nos espera.
Como já vimos e ouvimos, as fontes
já secaram, a "estiagem económica"
- fenómeno causado pela insuficiência de recursos financeiros e políticos - já
começou. E, não há previsões de alteração no "estado do tempo"
que nos espera. O cenário torna-se literalmente preocupante.
Por causa de efeitos externos e
incontroláveis, os investimentos previstos para São Vicente desvaneceram na
poeira da crise que se avizinha com força.
Não se desenvolve um país por
acoplagem. As ilhas, têm especificidades únicas que, devem ser tomadas em
consideração. Se reparamos, o “arrasto”
só se utiliza apenas na Pesca Industrial e, mesmo assim dá no que dá. Num curto
espaço de tempo os “recursos disponíveis” deixam de suportar a economia. De
notar que, se a produção e o investimento Nacional fossem geoestratégicos e,
fossem divididos pelas ilhas, haveria grandes possibilidades de se suportar a
variação de indicadores como o Desemprego.
Para piorar a situação os dados
referentes a 2012 confirmaram o que já se sabia. “São Vicente volta a bater o
recorde em número de desempregados e revela a grande disparidade existente no
país em termos de emprego e uma subida considerável, tendo em conta que os
dados anteriores colocavam o desemprego na ilha na ordem dos 18 por cento e a
média nacional em 12, 2 pontos percentuais. É a ilha com a maior taxa de
desemprego em Cabo Verde com 28,9 por cento de pessoas sem uma ocupação, de
longe superior à média nacional que é de 16,8 por cento. Em São Vicente, existem
49,7 por cento pessoas desempregadas com idades compreendidas entre os 15 e os
24 anos. Entre os 15 aos 34 anos, o número baixava para 38,3 por cento”. (Instituto Nacional de Estatística (INE),
Que saída para São Vicente? Num
Conselho que não tem capacidade de procura de parceiros. A solução é “ir atrás
do prejuízo”. Referimo-nos, aqui, às potencialidades da ilha que devem ser exploradas
pela Câmara Municipal. Sendo órgão autárquico que, devido à proximidade dos
problemas, sente “na pele” as dificuldades dos seus munícipes. Esta, deveria
reactivar o programa de Geminações mas, com regiões que podem realmente trazer
benefícios claros à economia local. Que seja lançado o desafio de “caça ao
Tesouro”.
Costuma-se dizer – HOMEM
PREVENIDO VALE POR DOIS - que não foi o nosso caso - Então pergunta-se: SERÁ
QUE É MELHOR APERTAR O CINTO JÁ?
Que sina a nossa? Agora podemos afirmar que São Vicente é e, vai continuar a
ser "ILHA NAUFRAGADA" num mar turbulento e incerto.
Lucas (Deluca) Monteiro 2 de Maio de 2013