A sociedade Águas do Porto Novo (APN) anunciou em comunicado, que a produção de água dessalinizada na cidade do Porto Novo vai ser suspensa póximo domingo, 15, “por um período indeterminado, por motivos alheios ao controlo da empresa e por uma situação de insustentabilidade financeira reincidente”.
Na origem desta medida está “a falta de tesouraria provocada pelo progressivo aumento da dívida por parte da autarquia portonovense, que no mês passado fixou-se em 119 milhões de escudos, facto que a impede de dar resposta aos encargos com os custos operacionais”, escreve a empresa.
O presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Amadeu Cruz, pontua que a dívida da autarquia para com a empresa atingiu “valores consideráveis”, mas volta a insistir que a situação poderia estar ultrapassada caso o governo, através da ARE (Agência de Regulação Económica), subsidiasse o abastecimento de água no seu município para resolver o défice tarifário como acontece no Sal, São Vicente e Santiago. Em vez disso, as tarifas não param de aumentar , afirma o edil.
Amadeu Cruz admite que vai negociar com os responsáveis da APN para encontrar uma solução visando impedir que os portonovenses fiquem sem água.
Caso esta tentativa de negociação não resulte, Amadeu Cruz adverte que o seu município não consegue resolver este problema sozinho, pois não tem dinheiro para liquidar a divida nos próximos dias. Ainda assim, deixa em aberto a possibilidade de garantir água na rede “em quantidades mínimas” mesmo que seja sem qualidade para beber, deixando a entender que a água salobra pode estar de volta à rede.
Porto Novo é um dos municípios com a tarifa de água mais cara do país. O utente que consome até seis metros cúbicos de água (tarifa base) paga 296$93, enquanto que, para a mesma quantidade de água, noutros municípios o custo é de 261$33, de acordo com as tarifas em vigor.
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