Os mindelenses saem à rua no início da noite desta sexta-feira, 10, com roupa de dormir e almofadas para protestar contra a poluição sonora da cidade. Com esta acção a favor do sossego, os promotores da manifestação querem alertar as autoridades para os problemas decorrentes dos ruídos, entre os quais insónia e irritabilidade.
A concentração será na escola da Praça Nova onde os participantes vão ter uma assembleia para discutir o problema, diz Antónia Mosso. Dali, dirigem-se às instalações da Polícia Nacional para entregar um protesto e o Código de Postura Municipal e “mostrar que também contamos exigir uma intervenção urgente da instituição na resolução do problema da poluição sonora”.
Esta acção cívica a favor do sossego nas zonas residenciais lembra que o excesso de ruído, segundo a Organização Mundial de Saúde, ocupa o 3º lugar no ranking de problemas ambientais que mais afectam a saúde da população. “O ruído em excesso provoca insónia, stress, aumenta a pressão e o ritmo cardíaco, causa fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, perturbações auditivas, para além de reduzir os níveis de concentração e produtividade”, afirmam, realçando que as principais fontes de poluição são as festas e os espectáculos ao ar livre.
Os manifestantes denunciam ainda os veículos motorizados com escape livre, as viaturas particulares com música alta e os carros difusores de publicidade. “É em defesa dos nossos direitos e da necessidade de mostrar às entidades competentes a nossa indignação pelo excesso de ruído existente junto às zonas residenciais, principalmente à noite, que convidamos as pessoas a participar nesta manifestação”, atiça.
Mas esta manifestação não é uma acção isolada, afirma Antónia Mosso, que se assume como porta-voz dos descontentes. Ela lembra que, em 2007, entregaram às autoridades um abaixo-assinado com 2032 assinaturas de pessoas que reclamavam do barulho, sobretudo nocturno, mas não se fez rigorosamente nada. “Existem locais de shows que são abertos, com elevado nível de propagação sonora e que funcionam até as 4/5 horas da manhã em zonas residenciais. É o cúmulo”, desabafa.
E, antes de terminar, o movimento anti-barulho do Mindelo deixa duas perguntas no ar: “Quanto vale uma noite sua bem dormida? Já pensou nisso?”
Sem comentários:
Enviar um comentário