Os trabalhadores do
Centro Agro-alimentar (Fábrica de Queijo) de Porto Novo estão sem receber os
seus salários há onze meses. Perante a gravidade da situação, o Sindicato Livre
dos Trabalhadores de Santo Antão (SLTSA) diz que vem tentando resolver este impasse
junto ao Ministério das Finanças (MF), gestora do centro, mas até agora não
teve sucesso.

Carlos Bartolomeu diz que o sindicato que dirige está agora a aguardar que a questão seja resolvida. "Temos utilizado todos os canais para resolver esta situação o quanto antes só que o MF não se mostra de boa-fé no sentido de resolver esta questão. Só exigimos o pagamento dos salários para tirar os funcionários do sufoco em que se encontram. Numa outra fase podemos ’negociar’ a compensação devida”, explica.
O atraso no pagamento dos salários, segundo Bartolomeu, está a afectar psicologicamente os trabalhadores. É que, afirma, estão numa situação de desespero total, abatidos, a viver numa angústia porque têm família para sustentar tem responsabilidades com as instituições bancárias.
"Há caso de um funcionário que foi obrigado a vender a sua casa porque tinha um compromisso com o banco que ameaçava executar a sua habitação", assevera Bartolomeu, dizendo que a situação está cada vez mais insustentável. Por essa razão, o sindicato pretende mover uma acção judicial contra o Governo de Cabo Verde para garantir os direitos adquiridos por esses trabalhadores.
"No início deste ano, o Ministério das Finanças enviou uma equipa de auditores para tentar de alguma forma fazer um levantamento junto da empresa mas até agora nunca foi apresentado um relatório", afirma o sindicalista. Também, numa das suas visitas a Santo Antão, a Ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, prometeu que até ao final do ano passado este caso ficaria resolvido.
O certo é que até hoje, os funcionários vivem dias difíceis para "levar a panela ao lume". Este caso estende-se também aos fornecedores de leite com quem a fábrica tem uma dívida que ronda os 400 mil escudos. Um dos fornecedores, que não se quis identificar, assevera que por causa de uma dívida de 30 mil escudos está a enfrentar dificuldades em conseguir ração e água para os seus animais.
LS/PN
FONTE: ASEMANA - http://www.asemana.publ.cv
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